quinta-feira, 7 de junho de 2018

Conceitos de consumo e de consumo consciente


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A economia de um país está basicamente relacionada a dois pontos especiais: a produção (de produtos ou serviços) e seu consumo (a compra ou contratação do que é produzido).
Toda produção está baseada em quatro fatores: terra, capital, trabalho e conhecimento. No fator “terra” temos os recursos naturais utilizados, no “capital” o dinheiro e os equipamentos necessários para a produção, no “trabalho” a mão-de-obra, a pessoa humana que vai produzir aquilo e no “conhecimento” a capacidade individual ou coletiva de quem vai atuar nesta produção. Sem esses fatores não existe produção, e sem produção, não teríamos desenvolvimento.
Quando temos uma procura muito grande pelos bens de consumo, ou seja, quando a procura é maior do que a oferta, geramos um problema muito conhecido, especialmente em países que ainda não possuem uma economia equilibrada e bem definida, a tão conhecida inflação.
Por outro lado, quando a oferta é maior do que a procura, tendemos a diminuir a inflação, com a queda dos preços, mas isso também não é bom, pois causa recessão, pois, uma vez que temos menos dinheiro circulando na praça, as empresas acabam diminuindo sua produção e numa escala progressiva, comprando menos, produzindo menos, precisando de menos colaboradores. É o chamado “efeito dominó negativo”.
O ideal é buscarmos o equilíbrio. Não exagerar no consumo e nem deixar de praticá-lo. Essa é a situação mais saudável para o consumidor e para o país.
A educação financeira comportamental explica que temos que tomar o máximo de cuidado para não perder o controle, prejudicando nosso orçamento e consequentemente, nossa saúde financeira.
Visando esse cuidado, explicaremos aqui quais cuidados devemos ter para evitar transtornos e assim, não só preservar nosso dinheiro, como também, ajudar o país e nosso planeta.

Consumo responsável: quando compramos, impactamos diretamente na economia, isso já foi explicado. Dessa forma, visando sempre o equilíbrio, devemos tomar o cuidado de comprar somente aquilo que realmente precisamos, num preço justo, no tempo certo (muitas vezes, movidos pela “onda”, compramos produtos que não precisaríamos naquele momento ou até, que nunca precisaríamos). O consumidor responsável sabe que tudo aquilo que ele faz, impacta diretamente em suas finanças e no resultado econômico do seu país.

Consumo inteligente: devemos levar em conta a real necessidade de comprar algo, levando-se sempre em conta o que essa compra vai trazer de benefício e/ou prejuízo pra nós. Se precisar mesmo de um produto, observe se existem outros iguais com preços menores, não se deixe levar somente pela marca. Sempre faça a relação “necessidade x bem estar x menor custo”.

Consumo consciente: está relacionado ao impacto que este produto ou bem causa sobre a sua vida, a vida de outras pessoas e sobre o planeta. Hoje existe uma gama enorme de empresas que estão preocupadas em defender o planeta, o meio ambiente ou que estão diretamente associadas a causas humanitárias. O consumidor consciente leva sempre em conta quatro dimensões: consciência ecológica (empresas, produtos e serviços ecologicamente corretos), economia de recursos naturais (evitar desperdício de água, energia, etc), reciclagem (reaproveitamento de materiais, evitando assim um maior acúmulo de lixo e claro, o gasto desnecessário de dinheiro) e planejamento de consumo (buscar uma vida mais simples, menos consumista e assim, menos impactante do ponto de vista negativo, para suas finanças e para o planeta).

Todo mundo é consumidor. Seja para manter nossas necessidades básicas como alimentação, vestuário e saúde, à realização de sonhos materiais ou sociais, todos temos que consumir produtos, bens naturais ou serviços.
O diferencia a pessoa que realiza um consumo correto e um consumista desenfreado é a forma que ele impacta essa prática na sua vida pessoal, principalmente nas suas finanças.
O consumismo é uma prática desiquilibrada, onde a pessoa busca no ato de comprar, a satisfação momentânea de realização, sem levar em conta os resultados que isso gerará na sua vida e daqueles que tanto ama. O consumista é exatamente aquela pessoa que é facilmente influenciável pelo trabalho de marketing divulgado na mídia ou pela sociedade, esquecendo que, cada um de nós é responsável pelos resultados, positivos ou negativos, que obteremos em nossas vidas.
Para evitar esse tipo de transtorno, é imprescindível que todos busquem ter a cada vez mais falada, educação financeira, que nos permite ampliar a visão dos conceitos necessários para mudarmos nossas atitudes e a partir daí, mudar o padrão de consumo e com isso, também, o nosso padrão de vida e financeiro.
A educação financeira, especialmente a baseada na metodologia DSOP nos dá a oportunidade de buscarmos um rumo de crescimento, independente da situação que nos encontramos, pois se baseia em pilares que vão do diagnóstico de nossas receitas e despesas, na busca centrada de nossos sonhos (sem desiquilíbrio financeiro), no controle do nosso orçamento e no ato de poupar, que pode ainda, ser potencializado pelo ato de investir.
Além disso, a educação financeira nos permite ter informações que nos propiciam a buscarmos um futuro mais tranquilo, diferente do que ocorre para a maioria das pessoas, que hoje, chegam à aposentadoria sem que tenham se preparado para este momento. Infelizmente apenas 1% dos nossos aposentados são independentes financeiramente falando, e isso é causado, principalmente, por falta de informação e atitude. Pensando nisso, o Brasil criou o ENEF, que tem como meta, levar a educação financeira para as crianças, transformando-as em adultos mais conscientes no que diz respeito ao seu próprio dinheiro.

Artigo de Sandro da Costa Mattos 
Educador e Terapeuta Financeiro associado à ABEFIN


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