Tratando do tema “Finanças
Comportamentais” destacamos as chamadas crenças que podem atrapalhar o
crescimento das pessoas em relação ao dinheiro.
Diferente do que a economia tradicional
costuma indicar, que é o “arrisque quando estiver ganhando e evite perdas no
período de queda”, as Finanças Comportamentais desenvolvem nas pessoas o medo
de perder quase que, o tempo todo. É um conceito muito mais emocional do que
racional, por isso, quem tem isso enraizado, tende a ser motivado muito mais
por estórias e histórias do que por apresentação de números, estatísticas e
planilhas. Trata-se de uma visão e posteriormente ação, totalmente comportamental.
É nesse tipo de instrumento que se pautam para suas tomadas de decisões.
Muitas pessoas “travam” seu
desenvolvimento financeiro, profissional ou até mesmo de outros campos da vida,
por conta das chamadas “crenças limitantes”. Na maioria das vezes, esses
bloqueios mentais foram inseridos quando a pessoa está na fase infantil, e, na
maioria das vezes, por influência dos familiares mais próximos (pais, avós,
tios ou outro tutor).
Esse crença gera um sentimento de
incapacidade na pessoa, que bloqueia, mesmo que de forma inconsciente, a
possibilidade de atingir os resultados que almeja.
Uma das palavras que mais ouvimos é o NÃO.
É um tal de “não faz isso”, “não pode”, “você não vai conseguir”. Essas
negativas constroem obstáculos psicológicos que podem gerar travas emocionais
para tomadas de decisões no futuro.
Se não bastasse isso, muitas pessoas
carregam ainda, crenças culturais ou religiosas que as impedem de prosperar de
verdade. Ideias como: “dinheiro é sujo”, “todo rico é desonesto”, “dinheiro não
traz felicidade”, “aprender pra quê se não vou usar” ou “quem sofre vai pro
céu” são alguns destes exemplos.
Às vezes sua vontade interior até diz:
“vamos lá, você pode fazer isso, você é capaz de melhorar”, mas a crença
limitante, guardada em seu subconsciente, teima em lhe lembrar que “você não
pode, que você não vai conseguir, que é difícil, que sempre foi assim”.
As crenças sabotadoras geram problemas
que vão da falta de foco, falta de motivação à procrastinação. Ainda causam
doenças psicossomáticas, tristeza, desânimo, problemas emocionais, entre
outros.
O papel do educador ou terapeuta
financeiro é fazer com que essas pessoas acreditem que podem sim inserir novas verdades (como educador e terapeuta, devemos buscar usar o termo verdade e não crença).
Isso pode ser adquirido através de acompanhamento terapêutico, leitura de bons livros,
assistindo bons filmes, etc. Também é importante não perder tempo ouvindo
pessoas negativas, a não ser que seja para depois ajudá-las transmitindo esse conhecimento.
Sair da zona de conforto é importante
para sair dessa situação, e de acordo com a psicóloga Fela Moscovici, esse
caminho é trilhado por alguns passos:
-
Desequilíbrio: quando a pessoa
percebe que algo está errado e que ela precisa buscar auxilio ou novos
caminhos.
- Descongelamento: descontrução de conceitos e hábitos enraizados, a
quebra destas crenças limitantes.
-
Incorporação: busca por aprendizado,
somado à ação, à atitude de querer mudar.
-
Congelamento: quando os novos
conceitos já fazem parte da vida, sem a necessidade de um treino, ou seja, já
faz parte da sua rotina natural.
Quando tratamos de assuntos relacionados
à condição financeira das pessoas, temos que agir baseados na verdade,
mostrando o que acontece dentro do que chamamos de realidade ativa, pautados
nos princípios da educação financeira. Não devemos ficar encostados em “muletas
psicológicas”. Mostrar os princípios da
metodologia e dos resultados que ela pode proporcionar com a mudança de
comportamento é imprescindível para a obtenção dos resultados esperados.
Por Sandro Mattos - educador e terapeuta financeiro
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