De acordo com a Medida Provisória 763 assinada pelo Presidente Michel Temer em
dezembro de 2016, serão liberados os valores retidos do FGTS inativo (aquele
que ficou “preso” porque o trabalhador pediu a conta ou foi dispensado por
justa causa), com depósitos efetuados até 31/12/2015.
Na lei
anterior, o valor do FGTS só poderia ser sacado no ato da aposentadoria, na entrada ou financiamento da casa própria
ou se o trabalhador ficasse pelo menos três anos sem registro empregatício.
Informações
da Caixa Econômica Federal indicam que cerca de 10 milhões de trabalhadores
serão beneficiados com um montante de aproximadamente 30 bilhões de reais,
sendo que, por volta de 85% das contas, o saldo disponível não chega a mil
reais.
Para
saber se existe algum saldo a ser sacado, a pessoa precisa ter o número do PIS
ou PASEP, encontrado no Cartão Cidadão (ou na carteira de trabalho) e pesquisar
no site, aplicativo ou ir diretamente em uma agência da Caixa.
As
regras e datas para o saque serão divulgadas em fevereiro, mas, já de olho
nesta “bolada” que está pra ser disponibilizada para as pessoas, as
instituições financeiras já se adiantaram e lançaram uma linha de crédito para
antecipação deste valor, assim como já fazem com o 13º salário e com a
restituição do Imposto de Renda.
O
negócio funciona da seguinte forma: o banco vê o valor que o trabalhador terá
direito a sacar e o antecipa, em 24 horas, com a cobrança de juros que devem
variar entre 2,59% a 4,59%. Para o banco é um grande negócio, pois ele está
emprestando dinheiro com uma garantia certa de recebe-lo lá na frente, em
uma parcela única, no dia que este valor do FGTS inativo for liberado.
Mas, e
pra quem pensa em usar essa linha de crédito, isso também é um grande negócio?
Depende,
por alguns fatores bem simples. Veja:
Vale
à pena quando:
* O
recurso for utilizado para pagar algo de extrema urgência (como uma cirurgia ou
tratamento de saúde emergencial) e que muitas vezes seria necessário buscar
recursos utilizando limite de cheque especial ou outro tipo de empréstimo.
* Se a
pessoa está usando limite do cheque especial ou pagando apenas o mínimo
rotativo do cartão de crédito, que cobram juros extremamente abusivos.
E
não vale a pena se:
* A
pessoa pensa em usar esse dinheiro antecipado para comprar algo, pois ela vai
pagar juros por uma coisa que poderia esperar e sacar 100% do valor disponível
e ainda adquirir ainda mais desconto, comprando o produto à vista.
* Caso
o trabalhador tenha alguma dívida e consiga negociar a uma taxa de juros menor
do que essa que o banco está cobrando. Sempre é bom lembrar que uma taxa de até
4,59% não é baixa, principalmente por ser tratar de um empréstimo com garantia.
Pode ser que um consignado ofereça uma taxa melhor. Pesquise antes.
* Ainda
não sabemos bem as regras e as datas que serão estipuladas pelo governo.
Se você pegar um empréstimo agora no início do ano e só sacar esse montante em
novembro ou dezembro, os juros correrão sobre o período todo, não esqueça
disso.
* Sacar
o FGTS tem uma cerca burocracia, principalmente com a solicitação de
documentos. Verifique antes se você tem tudo o que é exigido pela Caixa
Econômica Federal para não "travar" o processo.
Uma
dica:
Muito embora esse dinheiro vá ajudar, e muito, as pessoas, é de extrema importância que elas se preocupem em reavaliar seu comportamento diante das suas finanças pessoais, afinal, se não combatermos a causa, em pouco tempo os problemas financeiros ressurgem, afinal, essa injeção de recursos funciona como um medicamento e não como uma vacina. Quando uma pessoa está doente e toma um remédio, fica curada. Mas se não se cuidar, muito provavelmente, cedo ou tarde, ela ficará doente novamente. Então o segredo é mudar seu comportamento com o dinheiro e não apenas usar todo esse recurso visando em resolver um problema de forma temporária.
Boa
sorte a todos!
Paz,
luz, saúde e prosperidade!
Sandro
da Costa Mattos – Educador Financeiro
Metodologia
DSOP e Associado à Abefin
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