quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Maioria dos consumidores irá buscar presentes de até R$ 50 no Natal



Especialistas orientam a fazer lista com cada pessoa que será presenteada, estabelecendo qual será o presente e o valor máximo que cada um deles deve custar

 
 
 
O ano de crise econômica afastou o consumidor das lojas, mas a tradição de trocar presentes no Natal está mantida. Este ano, no entanto, eles serão mais como lembrancinhas, uma vez que o preço médio deve ficar em torno de R$ 50.

De acordo com a pesquisa Hábitos de Consumo da Boa Vista SCPC, 80% dos consumidores planejam fazer compras para as festas de fim de ano, mas 79% gastarão menos do que no ano passado. De modo geral, segundo o levantamento, a maioria dos entrevistados (59%) gastarão no máximo R$ 50 por pessoa.

A pedagoga Adrilaine Costa, de 34 anos, pretende gastar bem menos do que isso na maioria dos presentes. “Estou procurando lembrancinhas de até R$ 20, que é o preço que está dentro da minha realidade de hoje. Só quem vai ganhar algo mais caro é minha mãe, mas o presente não deve passar de R$ 50”, conta.

Ainda pesquisando os preços, a funcionária pública Marlene Silva, de 46 anos, já avisou aos parentes que nem todos serão contemplados neste ano. “Só vou conseguir dar para os sobrinhos pequenos e meus irmãos. Os sobrinhos grandes, que já trabalham, vão ficar fora da lista neste ano”, revela a funcionária pública. “Tem um que vai me custar mais caro — R$ 120. Tirando esse, os outros vão ficar na média de R$ 50”.

Em busca do precinho

Na avaliação presidente do Sindicato dos Lojistas da Bahia (Sindilojas-BA), Paulo Mota, vai conseguir boas vendas aqueles que oferecerem o preço mais em conta. “O consumidor se retraiu, preocupado com a toda a questão econômica no país. Hoje, é preço que ele está buscando e se o produto for de qualidade, melhor ainda. O lojista que oferecer um bom produto com preço mais convidativo vai levar o consumidor”, avalia Mota, que estima que o tíquete médio neste Natal vai variar entre R$ 50 e R$ 60.

Apostando nas boas vendas, a loja Shopping 10, que tem itens com o preço máximo de R$ 55, reforçou o seu estoque para o período. “Se conseguirmos vender o mesmo do que no Natal do ano passado será bom. O fluxo já aumentou e mesmo com a maioria dos clientes procurando opções de R$ 10, ao entrar na loja eles encontram mais coisas do agrado e acabam gastando um pouco mais”, observa a a gerente de estoque do estabelecimento, Silmara Araújo.

Na loja Stilo 5, na qual o preço único das peças é R$ 10, o movimento já aumentou por conta das vendas de Natal. “Estamos apostando no mesmo resultado no ano passado, mas não estamos com medo da crise não. Todo mundo consegue presentear com R$ 10”, comenta a gerente da loja, Ione Sampaio.

Sem gastar muito

Para não acabar extrapolando o orçamento com os presentes para a época, o educador financeiro José Antonio Pizarro aconselha que as compras sejam feitas com bastante planejamento. “O consumidor precisa saber efetivamente quanto de fato pode gastar, estabelecendo um teto de acordo com sua realidade. Se ela ganha R$ 2 mil, por exemplo, não deve gastar mais do que R$ 200 ou R$ 300”, defende.

Na avaliação de Pizarro, é importante que a pessoa faça uma lista com cada pessoa que será presenteada, estabelecendo qual será o presente e o valor máximo que cada um deles deve custar. “Pesquisar é sempre uma ótima ideia. Hoje em dia, com a internet e as redes sociais, é possível se antecipar para ter a real noção de quanto custa cada presente e não correr o risco de ser pego de surpresa por um valor acima do que estava previsto”.

Outra sugestão do educador financeiro para economizar é realizar amigo secreto em família, ao invés de comprar presente para todo mundo.

Foi o que fez a técnica de enfermagem Kelly de Jesus, de 32 anos, que está participando de um amigo secreto com os colegas do trabalho. “Estipulamos um valor máximo de R$ 40. Só vou gastar com esse presente porque o cenário atual ainda é complicado”, comenta Kelly. “Ultimamente é só lembrancinha mesmo que a gente pode comprar. Eu estava desempregada e comecei a trabalhar recentemente, mas o dinheiro não é muito”, completa.

Amigo secreto é opção para reduzir gastos

Mais de 57% dos brasileiros devem participar, neste mês, da tradicional brincadeira para trocar presentes – o amigo secreto. O levantamento foi feito pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Para 20,4% dos consumidores que responderam a pesquisa, entrar no jogo foi o caminho encontrado para gastar menos com presentes e outros 28,5% participam por gostarem da brincadeira.

Na avaliação da economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, o amigo-secreto é uma opção cada vez mais comum para driblar os efeitos da crise sem deixar de presentear. “É uma confraternização coletiva que resolve a obrigação de comprar presentes para várias pessoas, já que cada um se encarrega de presentear apenas um participante”. A principal justificativa dos 42,8% dos consumidores que não vão participar da brincadeira de final de ano é o receio de ganharem presentes indesejados ou ruins (22,5%), seguido da falta de dinheiro (20,3%).

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