segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Os filhos que nos observam...

 O garoto de nove anos chegou muito animado. A escola iria promover um evento, possibilitando aos pais empreendedores montarem pequenos estandes para divulgação e venda dos seus produtos.
Vinicius foi direto para o avô, dizendo que colocaria um estande para venda de suco de laranja. Afinal, a laranjeira do quintal estava carregada de frutos.
Muito decidido, ele mostrou o nome e o slogan do seu empreendimento: SUVA – sucos que valorizam a sua sede.
Fez um plano de negócio, estabelecendo as necessidades, que iam da matéria prima, a laranja, para os copos, os canudos e até um funcionário.
Sim, ele precisaria de um ajudante porque, afinal, ele ficaria no marketing, conversando com os clientes, oferecendo o seu produto, enquanto outro ficaria no preparo e entrega ao cliente.
A cobrança? Bom, essa ficaria com ele mesmo.
O primeiro passo foi ir até a laranjeira. Infelizmente, as laranjas não estavam suficientemente maduras. Concluiu o miniempresário que o suco poderia não ficar muito bom.
Então, optou por utilizar polpa de fruta. Logo, resolveu adicionar mais um detalhe: pão de queijo, logo substituído por pipoca. A essa anexou o apelo de saudável por ser feita sem óleo.
Com tanto planejamento e disposição, naturalmente que foi o menino e não os pais quem ocupou o estande de empreendedor.
E ficou ao lado de estandes de alimentos de marcas muito conhecidas, sem se intimidar. Confiava na qualidade dos seus produtos.
Trabalhou com afinco e, como funcionário, contratou o irmão, João Vitor.
No final, contabilizando despesas e receitas, o menino teve um lucro de quarenta e seis reais. Maravilha!
Entretanto, a maior demonstração de um verdadeiro aprendizado estava por vir.
Comentando a respeito dos seus lucros com a mãe, de repente, exclamou: Nossa, preciso pagar João Vitor.
A mãe comentou que o irmão, em verdade, ficara no estande somente umas duas horas. Seria preciso pagá-lo?
Como não? – Falou o garoto. Ele me ajudou demais. Merece receber.
E retirando vinte reais, foi pagar o seu funcionário.

*   *   *

O fato nos merece considerações. Poderemos dizer que o menino tem a veia de empreendedor, pois que observa os pais e admira o que fazem.
Por isso, os deseja imitar, quiçá, inclusive, de futuro, se torne um grande empresário.
No entanto, o que merece destaque é o detalhamento, a planificação de toda a ação.
Acima de tudo, a honestidade, o reconhecimento do esforço e do trabalho do irmão a quem convidara para assessorá-lo na venda do SUVA.
De quem terá aprendido essa lição? Com certeza, portas adentro do lar, onde observa o trato dos pais com fornecedores, clientes e funcionários.
Sim, nossos filhos nos observam, muito mais do que possamos imaginar.
Eles nos olham e imitam, nos mínimos detalhes.
Pensemos nisso porque, muito mais do que as palavras, que convencem, os exemplos arrastam.
Eles atestam da nossa qualidade moral. E se desejamos um mundo realmente novo, precisamos de homens novos. Homens de bem, honestos, justos.
Pensemos nisso.
Redação do Momento Espírita, com base
em  relato de Laércio Furlan.

Em 15.8.2016.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe aqui seu comentário.