Faz tempo que não escrevo nada relacionado a educação financeira, mas o que vi hoje na internet me deixou estarrecido. Como educador financeiro comportamental vejo com muita tristeza e até com certa desconfiança, uma deputada lá do sul (não vou citar o nome porque não merece propaganda) postar vídeos contra o ensino de educação financeira nas escolas alegando que os alunos vivem muitas vezes em famílias carentes que não estariam preocupadas em cuidar do seu lado financeiro, mas sim em ter o que comer.
Ocorre que hoje mesmo foi divulgado que o Brasil tem mais de 66 milhões de inadimplentes. Parece muito e realmente é, mas em 2016, quando me formei, já tínhamos mais de 60 milhões de pessoas que tinham dívidas não pagas e claro que, neste rol de devedores, temos uma grande parcela de famílias com poucos recursos. A questão não é impedir que as pessoas consumam, mas que saibam consumir e buscar o melhor tipo de crédito para evitar ou diminuir esse impacto nas suas vidas. Quem não tem conhecimento vai no que lhe é oferecido pagando mais caro e nunca sai desse círculo vicioso. Querer evitar isso é desumano. é como impedir que alguém tenha acesso à escola básica, afinal, querendo ou não, neste mundo material o uso do dinheiro, seja para luxo ou para a sobrevivência mínima, faz parte da vida de todos.
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