O termo resiliência se deslocou do mundo da física para o comportamental.
Em princípio, traduz a capacidade de um corpo se deformar por conta de agentes
externos e, em seguida, se recuperar.
Cada dia é uma nova oportunidade
diante dos sonhos a serem realizados, dos objetivos a serem alcançados, dos
limites a serem superados.
No campo comportamental, o papel da
resiliência corresponde à capacidade humana de enfrentar, vencer e sair
fortalecido de situações adversas.
Ser resiliente é um processo que se
ativa dentro de nós de acordo com as necessidades impostas pelas dificuldades
da vida.
Todos dispomos dessa ferramenta e
ela se fortalece através das características pessoais de cada um.
Tais características determinam
nossa maneira de enxergarmos uma situação penosa, bem como a forma pela qual
reagimos diante dela.
Uma jovem que se tornou viúva na
reta final de sua gravidez, escreveu:
Um homem tem uma morte súbita dois meses antes do nascimento do
seu único filho. Assim nasce esse blog, tentando entender e
explicar dois sentimentos opostos e simultâneos vividos pela viúva e mãe, que,
no caso, sou eu. Uma pressa em falar para Francisco sobre seu pai, sobre o
mundo e sobre mim mesma.
Para conseguir lidar
simultaneamente com duas emoções tão fortes e contrárias – de um lado o luto e,
de outro, as alegrias da maternidade, ela criou o blog, a fim de contar ao filho as histórias dela e do pai.
Eu não queria deixar de viver o luto porque tinha acabado de me
tornar mãe. E não queria deixar de ficar feliz por ter acabado de me despedir
do meu amor, conta
ela.
Mais tarde, as histórias se
transformaram em um livro, intitulado para
Francisco.
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Resiliência.
Os desafios são inúmeros, é
verdade. As dores, por vezes, enormes, parecendo quase insuportáveis. As
lágrimas, incontáveis.
Todavia, o sofrimento é responsável
por nos fazer descobrir quem realmente somos, distanciando-nos das ilusões que
possuímos acerca de nós mesmos.
Quando nos julgamos pobres, o
desafio das minguadas condições materiais nos ensina que o pouco é sempre mais
do que suficiente.
Quando reclamamos de nossa família,
imperfeita e desarmoniosa, as lágrimas saudosas do ente querido que retornou
para o outro plano da vida nos mostram o quão felizes somos na companhia de
nossos familiares.
Quando nos esquecemos dos amigos e,
egoístas, nos negamos a estar em sua companhia, a dor da solidão nos recorda de
que a mão de Deus nos alcança através do nosso próximo.
A mitologia nos fala de uma ave de
penas brilhantes, douradas e vermelho-arroxeadas que, após viver muitos anos,
ao se aproximar sua morte, entra em autocombustão, renascendo das próprias
cinzas, algum tempo depois.
O que nos falta para renascer,
sorrir e sermos felizes?
Podemos, sob a luz da resiliência,
transformar as lágrimas ontem derramadas nessa capacidade de enxergar todas as
possibilidades do hoje, do amanhã e de nós mesmos.
Pensemos nisso!
Redação do Momento Espírita, com base em dados biográficos de Cristiana Guerra.
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