O garoto de nove anos chegou muito animado. A escola iria promover um
evento, possibilitando aos pais empreendedores montarem pequenos estandes para
divulgação e venda dos seus produtos.
Vinicius foi direto para o avô, dizendo que colocaria um estande para
venda de suco de laranja. Afinal, a laranjeira do quintal estava carregada de
frutos.
Muito decidido, ele mostrou o nome e o slogan do seu empreendimento: SUVA
– sucos que valorizam a sua sede.
Fez um plano de negócio, estabelecendo as necessidades, que iam da
matéria prima, a laranja, para os copos, os canudos e até um funcionário.
Sim, ele precisaria de um ajudante porque, afinal, ele ficaria no
marketing, conversando com os clientes, oferecendo o seu produto, enquanto
outro ficaria no preparo e entrega ao cliente.
A cobrança? Bom, essa ficaria com ele mesmo.
O primeiro passo foi ir até a laranjeira. Infelizmente, as laranjas não
estavam suficientemente maduras. Concluiu o miniempresário que o suco poderia
não ficar muito bom.
Então, optou por utilizar polpa de fruta. Logo, resolveu adicionar mais
um detalhe: pão de queijo, logo substituído por pipoca. A essa anexou o apelo
de saudável por ser feita sem óleo.
Com tanto planejamento e disposição, naturalmente que foi o menino e não
os pais quem ocupou o estande de empreendedor.
E ficou ao lado de estandes de alimentos de marcas muito conhecidas, sem
se intimidar. Confiava na qualidade dos seus produtos.
Trabalhou com afinco e, como funcionário, contratou o irmão, João Vitor.
No final, contabilizando despesas e receitas, o menino teve um lucro de
quarenta e seis reais. Maravilha!
Entretanto, a maior demonstração de um verdadeiro aprendizado estava por
vir.
Comentando a respeito dos seus lucros com a mãe, de repente, exclamou: Nossa,
preciso pagar João Vitor.
A mãe comentou que o irmão, em verdade, ficara no estande somente umas
duas horas. Seria preciso pagá-lo?
Como não? – Falou o garoto. Ele me ajudou demais. Merece
receber.
E retirando vinte reais, foi pagar o seu funcionário.
* * *
O fato nos merece considerações. Poderemos dizer que o menino tem a veia
de empreendedor, pois que observa os pais e admira o que fazem.
Por isso, os deseja imitar, quiçá, inclusive, de futuro, se torne um
grande empresário.
No entanto, o que merece destaque é o detalhamento, a planificação de
toda a ação.
Acima de tudo, a honestidade, o reconhecimento do esforço e do trabalho
do irmão a quem convidara para assessorá-lo na venda do SUVA.
De quem terá aprendido essa lição? Com certeza, portas adentro do lar,
onde observa o trato dos pais com fornecedores, clientes e funcionários.
Sim, nossos filhos nos observam, muito mais do que possamos imaginar.
Eles nos olham e imitam, nos mínimos detalhes.
Pensemos nisso porque, muito mais do que as palavras, que convencem, os
exemplos arrastam.
Eles atestam da nossa qualidade moral. E se desejamos um mundo realmente
novo, precisamos de homens novos. Homens de bem, honestos, justos.
Pensemos nisso.
Redação do Momento Espírita, com base
em relato de Laércio Furlan.
Em 15.8.2016.